Dança como espelho do agora: Nalini Cia de Dança produz espetáculo fruto de residência com estudantes da UFG

“Bricolagens do não meu: esse trabalho não é meu. Nem seu. Muito menos de alguém só.” Com esse título instigante, a Nalini Cia de Dança convida o público a mergulhar nas criações cênicas resultantes de sua residência artística com estudantes do curso de Dança da Universidade Federal de Goiás (UFG). As apresentações acontecem nos dias 16 e 17 de junho, às 19h, e 18 de junho, às 16h, no Teatro LACENA da EMAC/UFG, com entrada gratuita e acessibilidade em Libras.

O espetáculo marca a conclusão da primeira etapa do projeto Manutenção Nalini Cia de Dança, contemplado pelo Edital nº 16/2024 do Programa Nacional de Cultura Aldir Blanc (PNAB), operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. Com direção de Valeska Vaishnavi e produção de Marci Dornelas, da Lúdica Produções, o projeto reafirma o compromisso da companhia com a formação artística, a democratização do acesso à cultura e a construção coletiva do fazer artístico.

Residência artística como experiência de criação e escuta

Durante três meses, 15 jovens artistas selecionados entre 43 inscritos mergulharam no cotidiano criativo da Nalini Cia de Dança. A residência ofereceu não apenas vivência técnica e cênica, mas também ajuda de custo, permitindo que os estudantes se dedicassem integralmente à imersão artística. A proposta, mais que pedagógica, é de escuta ativa, troca entre gerações e valorização dos processos — individuais e coletivos — que constroem a cena.

O resultado é um espetáculo múltiplo, que recusa a autoria única e reivindica o trabalho colaborativo como ferramenta de criação. Como destaca a diretora Valeska Vaishnavi, “essa obra é uma colagem de experiências, afetos e atravessamentos. Um território compartilhado onde ninguém é dono, mas todos pertencem”.

Mais que manutenção: transformação

Em 2025, a Nalini Cia de Dança inicia uma fase potente de reafirmação de sua trajetória como um dos coletivos mais pulsantes de Goiás. O projeto de manutenção vai além da simples continuidade: oferece aulas regulares, oficinas abertas à comunidade, circulação por escolas públicas e residências artísticas interdisciplinares com os cursos de Dança e Teatro da UFG.

Trata-se de um projeto que pensa a dança como uma linguagem viva, capaz de ecoar as urgências do presente e projetar futuros mais sensíveis e coletivos. Em tempos de escassez cultural, cada gesto no palco se torna resistência, cada corpo em movimento, uma reivindicação de existência.

Sobre a Nalini Cia de Dança

Acompanhar a Nalini Cia de Dança é atestar uma trajetória que pulsa desde 2016, quando estreou com Anarthas no Festival Internacional Goiânia em Cena. Desde então, firmou presença em importantes eventos, como o Festival do Triângulo, Mostra SESI e o Festival Internacional Cena Cumplicidades, com obras como Um Mero Deleite, Titiksha — premiado como Melhor Espetáculo em festival em Fortaleza — e Nega Lilu. Sob a liderança da bailarina e coreógrafa Valeska Vaishnavi, a Nalini virou referência no circuito nacional, circulando por capitais como Brasília, Recife, São Paulo e Belo Horizonte e promovendo oficinas inclusivas de improvisação e contato

Ficha Técnica do espetáculo: “Bricolagens do não meu”

Espetáculo/Performance fruto da Residência Artística realizada com discentes do Curso de Dança da UFG,  conduzida por Valeska Vaishnavi,  diretora da Nalini Cia de Dança.

Elenco de Intérpretes/Criadores/Residentes: Amanda Silva; Angel Borges; Arcanjo Moura; Carlos Nogueira; Cynthia Lorena; Duda Farias; Flo; Gabriel Módolo; Pyge; Joline Andrade; Luísa Bittar; Maria Ranoutra; Mateus Melo; Rillary Eliziario; Robson Leles 

Direção Artística: Valeska Vaishnavi 

Concepção Coreográfica e Artística: Residentes / Intérpretes

Concepção e Operação de luz: Gandha Leite