A poesia cura é uma carta de amor escrita por Raul de Taunay. Ele não dedica a obra a uma pessoa, mas aos versos que tanto contribuíram para transformar o mundo durante o decorrer da história. Utilizado como uma ferramenta de luta, resistência e força em diferentes contextos, o texto poético ganha uma homenagem extensa neste lançamento que percorre desde milênios antes de Cristo até a contemporaneidade para retratar o poder das palavras.
Com outros 13 livros publicados, o autor defende uma ideia primordial: a poesia, independentemente da época, é capaz de cuidar do espírito e salvar populações de conflitos. Para ilustrar essa perspectiva, ele relaciona fatos do passado com a escrita, como o surgimento de produções clássicas durante a Guerra dos 100 Anos e o trabalho do José de Anchieta na elaboração de uma gramática tupi durante a colonização do Brasil.
Dividido como uma trilogia em edição única, o livro convida o leitor a percorrer um caminho trilhado previamente pelo escritor. Na primeira parte, nomeada de A poesia cura, há uma cronologia sobre os diferentes períodos em que a poesia foi importante para a humanidade. A segunda é “Fragmentos Medicinais”, que reúne trechos filosóficos-existenciais sobre a riqueza espiritual dos versos e seu papel na renovação das esperanças. A leitura se encerra em “Poemas Hodiernos”, conjunto de textos sobre as relações emocionais do eu-lírico com a arte.
Está escrito nas estrelas e ficará escrito nos livros de história que não somos mais o pequeno sagui ou a preguiça estendida numa rama baixa da floresta. Somos hoje um imenso guariba, o macaco gigante, inconformado e inquieto, exaltado e esfomeado, que descobriu o caminho da praça da alimentação, e que vai buscar o que acha que é dele. Essa é a realidade. (A poesia cura, p. 195)
Resultado de anos de dedicação à escrita, a obra de Raul de Taunay conta com endosso de Carlos Nejar, membro da Academia Brasileira de Letras e presidente emérito da Academia Brasileira de Filosofia; Márcio Catunda, diplomata, poeta, escritor, letrista e compositor; e Fabio de Sousa Coutinho, presidente da Academia Brasiliense de Letras e da Associação Nacional de Escritores.
Sobre seu livro-homenagem, o escritor explica: “o mundo está no limiar de uma guerra mundial, não precisamos de mais conflitos por causa de terra. Acredito que, nesse sentido, a arte permite ao homem buscar uma sociedade mais justa onde todos conseguem se alimentar e viver. A poesia é pacificadora: se ela permitiu que franceses e ingleses sobrevivessem à Guerra dos 100 Anos, então com a tecnologia de hoje é possível torná-la ainda mais poderosa”.
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